Em plena estação de Verão, sinónimo de férias e praia para a grande maioria da população à sempre uma pequena excepção, tal como nós que não perdemos uma oportunidade para novas actividades na natureza.
Desta vez, rumámos até à Vila do Gerês onde montámos o nosso "Quartel General" de operações em pleno Parque Nacional da Peneda-Gerês.
A natureza e orientação do relevo, as variações de altitude, as matas, todo o vale superior do rio Homem e a própria Serra do Gerês onde o lobo vagueia e que já foi território do Urso, são um tipo de paisagem incomparável e onde o passado se traduz nos castelos e testemunhos de ocupação romana como a Geira (antigo caminho que ligava Braga a Astorga) e povoados rurais de espigueiros.
Todos estes aspectos proporcionam actividades de desporto-aventura e foram decisivos para a nossa escolha de nova evasão.
Iniciámos este percurso em plena Vila do Gerês e rumámos a este da encosta de vertentes ingremes do pronunciado vale.
Vale da Albufeira da Caniçada
Fizémos a ascenção de 538m de altitude num trilho de entre carvalhos e ao longo de 3km até á elevação máxima de 935m.
Este trilho de dificuldade considerável compensou o esforço com as admiráveis paisagens naturais e com a visão de uma manada de cavalos garranos.
Garranos
Esta é uma área de grande beleza natural da serra e proporciona o contacto com as tradições comunitárias locais.
Curral da Carvalha das Éguas
Fizémos passagem pelo Curral da Cavalha das Éguas (curral comunitário) de organização pastoril na forma de vezeira, o gado da comunidade da aldeia é encaminhado pelos caminhos e carreteiros até ao alto da serra onde se situa o curral e a manutenção das estruturas é assegurada anualmente pelos propriatários que limpam os caminhos, arranjam cabanas e as fontes.
Casa da Pedra Bela
Vila do Gerês, vista panorâmica do miradouro da Pedra Bela
Cascata do Arado
Este percurso com cerca de 11km e 5h de duração teve ainda passagem pela cascata do Arado e pelo miradouro da Pedra Bela.
Para este 2º dia preparámos dois curtos percursos, pela manhã deslocámo-nos até á aldeia de Fafião no concelho de Montalegre.
Visitámos a aldeia popular e o Fojo do Lobos, estrutura com dois grandes muros numa encosta descendente e terminando num buraco profundo coberto por ramagens onde o lobo cairia.
Fojo dos Lobos
Buraco do Fojo dos Lobos
Deixámos a simpática aldeia de Fafião e já durante a tarde rumámos mais a leste, paralelo ao Cávado até à aldeia de Sidrós onde iniciámos um novo percurso em busca da "Ponte do Diabo" .
Percurso curto mas técnico não fossemos nós 100Limites ... saímos da aldeia de Sidrós rumo à Ponte da Misarela por um trilho alternativo ao caminho existente.
Esta ponte medieval com um arco em pedra que vence o abismo, separa as duas margens do rio Rabagão. Diz a lenda que esta ponte teria sido feita pelo Demo...
Reza a lenda: "Um criminoso, acossado pelas autoridades, ao chegar à margem do Rio Rebagão (ou Rabagão como se diz) apercebeu-se que tinha pela frente uma barreira intransponível. Em desespero de causa invocou o Diabo, que de pronto apareceu. O fugitivo pediu-lhe para o passar para a outra margem em troca da sua alma. Então ouviu-se o ribombar dum trovão e uma voz que lhe dizia para passar sem olhar para trás. De súbito, o Diabo levantou a ponte para lhe dar passagem. O criminoso, mal terminou a travessia, ouviu a ponte desmoronar-se. Tudo se manteve em segredo até que o criminoso, sentindo a morte chegar, se quis confessar para revelar este facto ao padre.
O padre pôs-se a cogitar para encontrar a maneira de proceder para enganar o Diabo. Disfarçou-se, foi para o local chamado Penedo do Púlpito e fez a invocação do Diabo, a quem pediu para o passar para a outra margem em troca da alma. A cena repetiu-se. Lá se ouviu a voz a dizer para passar sem olhar para trás e, simultaneamente, dá-se o aparecimento da ponte. O padre inicia a travessia, mas a meio lança para a ponte a água benta que trazia escondida, faz o sinal da cruz e pronuncia a oração do exorcismo. Do Diabo só ficou o cheiro a pez e a enxofre. A ponte lá ficou até aos dias de hoje."
Com a intensa chuva e vento que nos surpreendeu na noite anterior e a continuação de mau tempo para este dia apenas o nosso "Chefe" (Marco) se aventurou neste percurso de trilhos de elevado grau de dificuldade não só pelo acumulado de elevação como também pelos traçados técnicos, declivosos e com extensos e profundos vales .
Trilhos na ascensão à Calcedonia
O percurso de ascenção foi iniciádo ao longo de um extenso e longo trilho dominado pelo granito e onde à medida que a altitude aumenta se evidencia por grandes blocos e exemplares isolados de carvalhos que marcam a presença serrana.
familia dinamarquesa em busca da Calcedonia
Com este tipo de trilhos técnicos as condições metereológicas não favoreciam. Os trilhos neste dia tornaram-se extremamente difíceis e também perigosos.
A uma altitude de cerca de 840m, neste local emblemátic, situa-se a Cidade Calcedónia, povoado fortificado de grandes dimensões, presumivelmente de ocupação romana e construido num local de difícil acesso, envolto em túneis e falhas labirinticas na tentativa de confundir o inimigo.
passagem em túnel
Este percurso circular com final em Campo do Gerês e com cerca de 8km de extensão teve a duração de 3H30.
Neste último dia, participámos na caminhada "Trilho da Águia do Sarilhão" para comemorar o Dia Mundial da Conservação da Natureza.
Com início no museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas e organização da Câmara Municipal de Terras de Bouro .
museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas
"Terras de Bouro é um território de montanha, com 59% da sua área (16.000 ha.) inserida no Parque Nacional da Peneda Gerês. Aqui, as potencialidades naturais (fauna, flora, geologia) revelam um património de valor ambiental imensurável."
Vista sobre a aldeia de Campo do Gerês
Este percurso de baixo grau de dificuldade e com a extensão de 9km teve passagem na margem esquerda da albufeira de Vilarinho das Furnas, por pequenos aglomerados rurais.
albufeira de Vilarinho das Furnas (Portela do Homem ao fundo)
A destacar a passagem pela Mata Nacional da Albergaria, pela Via Nova (Geira) e pelo núcleo de padrões romanos.
ponte romana
Via Nova-Geira (estrada romana)
Podémos ainda observar os vestígios da trincheira do Campo que na Idade Média serviu de defesa da raia portuguesa contra as invaões.
marcos miliares
Geira (mata nacional da Albergaria)
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